Apagão em São Paulo: Efeito Eleitoral Limitado para Nunes, Afirma Campanha
Prefeito Responde Ataques de Boulos e Enfatiza Responsabilidade Federal
Oscilação Negativa, mas Sem Impacto Significativo em Boulos
Apesar de pesquisas internas da campanha de Ricardo Nunes (MDB) apontarem uma oscilação negativa na intenção de voto do prefeito após o apagão que atingiu a capital paulista na última sexta-feira, 11 de outubro, interlocutores do emedebista minimizam o impacto eleitoral do evento. Eles argumentam que a queda na popularidade de Nunes não se traduziu em um aumento significativo na intenção de voto de Guilherme Boulos (PSOL).
Boulos Aposta no Desgaste de Nunes e Responsabilidade Municipal
Boulos, por sua vez, tem intensificado as críticas a Nunes, acusando-o de negligência na resposta ao apagão. O psolista argumenta que o prefeito é o responsável por manter a ordem urbana, incluindo a poda de árvores, a remoção de árvores caídas após a chuva e a manutenção dos semáforos que pararam de funcionar. O tema dominou o primeiro bloco do debate realizado pela Band na segunda-feira, 14 de outubro.
Nunes Rebate com Argumento da Responsabilidade Federal
Nunes, em resposta, alega que a responsabilidade pela crise energética cabe ao governo federal e à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Ele afirma ter solicitado o rompimento do contrato com a Enel desde os apagões do ano passado, mas que nenhuma medida foi tomada. O prefeito ainda destaca que Boulos, como deputado federal, poderia ter atuado para propor mudanças na legislação federal e empoderar as prefeituras na fiscalização das concessionárias de energia, incluindo a possibilidade de multas.
Prefeito Reforça Necessidade de Intervenção Federal na Enel
Nunes tem repetido a necessidade de intervenção federal na Enel, alegando que a empresa não está cumprindo o contrato de concessão. Ele ressalta que o presidente Lula e o ministro de Minas e Energia têm o poder de intervir na empresa e que a Aneel pode iniciar o processo de caducidade do contrato. O prefeito ainda menciona a declaração do governador Tarcísio de Freitas, que concorda que é preciso mostrar à sociedade quem é o responsável pela crise, para que medidas eficazes sejam tomadas.
Nunes Diminui Ritmo da Campanha para Enfrentar Apagão
O prefeito diminuiu o ritmo de sua campanha, cancelando compromissos eleitorais no sábado e no domingo, 12 e 13 de outubro, para se dedicar à resposta da Prefeitura ao apagão. Ele tem utilizado as redes sociais para se comunicar diretamente com a população. Após o debate da Band, Nunes publicou um vídeo no qual afirma que ainda havia 101 semáforos sem funcionar devido à falta de energia elétrica e que a Prefeitura aguardava a Enel desligar a rede elétrica para remover 49 árvores. A Enel informou que, até o momento, 214 mil imóveis na Grande São Paulo ainda estavam sem luz.
Campanha de Nunes Confia em Efeito Negativo para Boulos
Enrico Misasi, presidente do MDB de São Paulo, argumenta que o apagão apenas evidenciará a capacidade de Nunes de trabalhar incansavelmente para servir à cidade. Segundo ele, qualquer efeito eleitoral positivo do evento será para o adversário, já que a população está percebendo que Boulos não oferece soluções, apenas critica e usa uma tragédia para tentar obter vantagem política.
Baleia Rossi Afirma que Nunes Demonstrou a Responsabilidade Federal
Baleia Rossi, presidente do MDB nacional e coordenador da campanha de Nunes, acredita que o prefeito conseguiu demonstrar que apenas o governo federal tem o poder de interferir na concessão da Enel. Ele garante que a campanha está monitorando a situação e que não haverá mudança significativa na escolha do voto.
Pesquisa Real Time Big Data: Nunes Lidera com 53%
Pesquisa Real Time Big Data divulgada na terça-feira, 15 de outubro, mostra Nunes com 53% das intenções de voto, contra 39% de Boulos. A margem de erro é de três pontos porcentuais.
Encontro com Bolsonaro e Agenda Retomada
A campanha de Nunes prevê que o prefeito retome sua agenda como candidato à medida que a situação em São Paulo se normalize. Nunes tem um encontro marcado para a próxima terça-feira, 22 de outubro, com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Aliados do prefeito esperam que eles almocem juntos em um restaurante no Morumbi, na zona sul paulistana, com centenas de aliados, e depois participem de um podcast junto com o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). Posteriormente, o trio deve participar de um culto em uma igreja evangélica.
Outras possibilidades em discussão incluem uma visita à Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp) e uma gravação no Campo de Marte. Vale lembrar que, em 2021, Nunes e Bolsonaro firmaram um acordo para abater a dívida da Prefeitura com a União, estimada em R$ 25 bilhões, em troca da cessão da área para a Aeronáutica.
A disputa pelo segundo turno das eleições municipais de São Paulo continua acirrada, com o apagão recente adicionando um novo elemento à campanha. O impacto real do evento no resultado das eleições ainda é incerto, mas é claro que a questão da crise energética, e a responsabilidade por ela, serão temas centrais nos próximos debates e na corrida final pelo voto do eleitor paulista.
Veja Nossas Postagens: https://ebettr.com.br/postagens/