Celulose em Mato Grosso do Sul: Motor Econômico e Aliado na Luta Contra as Mudanças Climáticas
Mato Grosso do Sul: Líder na Produção de Celulose e Compromisso com a Sustentabilidade
Expansão Recente e Impacto Econômico
Mato Grosso do Sul se destaca como o maior produtor de celulose do Brasil em 2024, impulsionado pela entrada em operação da quarta fábrica da Suzano, localizada em Ribas do Rio Pardo. O estado, já consagrado como o maior exportador brasileiro de celulose, demonstra um crescimento impressionante no setor, iniciado em 2009 com a instalação da primeira indústria. Esse desenvolvimento se associa a um forte compromisso com os princípios de ESG (Environmental, Social and Governance), priorizando a sustentabilidade e ações para combater as mudanças climáticas.
Florestas de Eucalipto: Sequestro de Carbono e Mitigação das Mudanças Climáticas
Um dos principais pilares da sustentabilidade do setor de celulose está nas florestas plantadas, especialmente as de eucalipto, que desempenham um papel crucial na captura de dióxido de carbono (CO₂) e outros gases de efeito estufa. De acordo com um estudo realizado pela Embrapa Cerrados e pela Universidade de Brasília (UNB), um hectare de eucalipto é capaz de fixar 674,17 toneladas de CO₂. Com uma área cultivada de aproximadamente 1,5 milhão de hectares, estima-se que Mato Grosso do Sul tenha cerca de 1,011 bilhão de toneladas de CO₂ equivalentes estocados em suas florestas, um valor próximo às emissões anuais do Japão, um dos maiores emissores globais de carbono.
Eucalipto: Eficácia no Sequestro de Carbono e Importância do Manejo Florestal Sustentável
A pesquisadora Karina Pulrolnik, da Embrapa Cerrados, destaca a eficácia das florestas plantadas, particularmente do eucalipto, na captura de CO₂ por meio da fotossíntese e no armazenamento de carbono na biomassa e no solo. “O cultivo de florestas é considerado um meio eficiente na retirada do CO₂ da atmosfera, e o eucalipto, devido ao seu rápido crescimento, é uma das árvores mais eficazes para estocar carbono e mitigar gases de efeito estufa”, explica Pulrolnik.
Ela enfatiza que o cultivo de eucalipto deve ocorrer em áreas degradadas ou já utilizadas para atividades agropecuárias, evitando a substituição de florestas nativas.
Adriano Scarpa, gerente de Mudança do Clima da Indústria Brasileira de Árvores (Ibá), destaca a importância do manejo florestal sustentável. “As empresas mantêm reservas de florestas para garantir a continuidade da produção e, ao mesmo tempo, estocar carbono. Esse ciclo de plantio e colheita garante que o carbono retirado da atmosfera fique retido na biomassa das árvores, reduzindo os efeitos das mudanças climáticas”.
Benefícios para a Biodiversidade e Impacto Positivo nos Ecossistemas
As plantações de eucalipto em Mato Grosso do Sul também contribuem para a preservação da biodiversidade. A Suzano, uma das principais empresas do setor, implementa práticas de manejo que incluem a criação de corredores ecológicos que facilitam a circulação de animais e a conexão entre áreas de conservação. Em suas propriedades, já foram catalogadas mais de 1.500 espécies de fauna e flora, incluindo espécies ameaçadas como a águia-cinzenta e o cachorro-vinagre, evidenciando a alta qualidade ambiental das áreas de cultivo.
“Nas nossas florestas, encontramos ambientes seguros para espécies ameaçadas se reproduzirem, como o tatu-canastra e a onça-pintada, que dependem de uma grande diversidade de presas para sobreviver”, destaca Renato Cipriano Rocha, coordenador de Meio Ambiente Florestal da Suzano em MS.
A Eldorado também aplica diversas técnicas de manejo florestal que geram benefícios ambientais. Em suas áreas, foram observadas 460 espécies de fauna, muitas consideradas bioindicadores da saúde dos ecossistemas e incluídas em listas de espécies ameaçadas de extinção, incluindo espécies raras e endêmicas como a raposinha.
Utilização de Biocombustíveis e Redução do Uso de Combustíveis Fósseis
Outro ponto positivo do setor de celulose está no uso de biocombustíveis derivados do processamento da madeira, como o licor preto, que serve como fonte de energia renovável, substituindo combustíveis fósseis. Isso contribui para que aproximadamente 87% da energia consumida no setor de celulose provenha de fontes limpas e sustentáveis, ampliando ainda mais os benefícios ambientais.
“Ao utilizar biocombustíveis de origem renovável, estamos evitando o uso de combustíveis fósseis e prolongando os efeitos positivos da redução de gases de efeito estufa”, explica Scarpa, reforçando que essa prática é fundamental para a sustentabilidade do setor.
Mato Grosso do Sul: Referência em Sustentabilidade e Desenvolvimento Econômico
Mato Grosso do Sul se destaca não apenas como líder na produção de celulose no Brasil, mas também como um exemplo de sustentabilidade e preservação ambiental. Com práticas de manejo florestal que equilibram a produção econômica e a proteção da biodiversidade, o estado contribui significativamente para a captura de carbono e a mitigação dos efeitos das mudanças climáticas, demonstrando que desenvolvimento e sustentabilidade podem caminhar juntos.
Crescimento Robusto do Setor de Celulose em Mato Grosso do Sul
O crescimento do setor de celulose em Mato Grosso do Sul tem sido um dos motores mais importantes do desenvolvimento econômico do estado. Atualmente, com três plantas industriais em operação — duas da Suzano e uma da Eldorado em Três Lagoas — o estado processa cerca de 5 milhões de toneladas de celulose por ano. Em 2024, essa produção foi ampliada com a entrada em operação da quarta fábrica da Suzano, em Ribas do Rio Pardo, que adicionou 2,55 milhões de toneladas à capacidade anual.
Além das plantas em operação, novos investimentos estão sendo realizados, como a instalação de uma unidade da Arauco em Inocência, prevista para 2028, com capacidade de 2,5 milhões de toneladas, uma nova linha de produção da Eldorado em Três Lagoas e uma linha de produção da Bracell, em Água Clara. Esses projetos consolidarão ainda mais a posição de Mato Grosso do Sul como líder nacional na produção de celulose.
Fatores como a aptidão para o cultivo do eucalipto, a localização estratégica, condições climáticas favoráveis, grandes áreas de terras disponíveis e um ambiente institucional propício foram cruciais para impulsionar essa expansão. Desde 2009, o volume de produção no estado cresceu 523,6%, saltando de 806,2 mil toneladas para 5 milhões de toneladas, e o Valor Bruto de Produção (VBP) aumentou 1.250%, de R$ 958 milhões para R$ 12,9 bilhões.
O setor de celulose também é intensivo em mão de obra, registrando um crescimento de 279,3% no número de colaboradores, que passou de 2.731 para 10.361 entre 2009 e 2021. O aumento na geração de empregos reflete a importância do setor tanto na área industrial quanto na agrícola, contribuindo significativamente para a economia local e a melhoria salarial dos trabalhadores.
A celulose em Mato Grosso do Sul se apresenta como um exemplo de como desenvolvimento econômico e sustentabilidade podem ser aliados, impulsionando a economia e ao mesmo tempo contribuindo para a preservação ambiental e a mitigação das mudanças climáticas. O estado se posiciona como um líder na produção de celulose e um modelo de práticas sustentáveis para o mundo.
Fonte da Notícia: https://g1.globo.com/ms/mato-grosso-do-sul/noticia/2024/10/11/celulose-em-mato-grosso-do-sul-protagonista-na-producao-e-aliada-contra-as-mudancas-climaticas.ghtml
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