Conexão Ferroviária: Porto do Açu e o Futuro do Rio de Janeiro
Debate Acesa sobre a Interligação Ferroviária do Porto do Açu
A Proposta: Conectando o Porto do Açu ao Brasil
A possibilidade de integrar o Porto do Açu, localizado no Norte Fluminense, à malha ferroviária nacional está sendo discutida pela Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro). Essa iniciativa, no entanto, tem gerado controvérsias, principalmente por uma proposta que limita a conexão ao estado do Espírito Santo. Essa decisão, segundo especialistas, beneficiaria principalmente a Vale, gigante mineradora, para a exportação de minério de ferro, sem trazer benefícios expressivos para o Rio de Janeiro.
Críticas: Uma Conexão Incompleta?
O engenheiro Wagner Victer, ex-secretário de Estado de Energia, da Indústria Naval e do Petróleo, é um dos principais críticos da proposta limitada ao Espírito Santo. Para ele, a interligação ferroviária do Porto do Açu deveria priorizar uma conexão com o Porto de Sepetiba, em Itaguaí, passando por diversas cidades fluminenses. Essa alternativa, segundo Victer, geraria um impacto econômico positivo significativo para o estado.
“Ligar o Porto do Açu ao Espírito Santo é um retrocesso para a economia do Norte Fluminense”, afirma Victer. Ele argumenta que a exportação de minério, isenta de tributação pela Lei Kandir, desestimularia investimentos em outros setores industriais e teria impactos ambientais consideráveis.
A Visão de Victer: Uma Sinergia Essencial
Victer, um dos idealizadores do Porto do Açu, defende que a ligação com Itaguaí criaria uma sinergia crucial com o Porto de Sepetiba, impulsionando o desenvolvimento econômico do estado. “Se a conexão for apenas com o Espírito Santo, o Porto do Açu se tornará um porto capixaba, beneficiando a Vale e se transformando em um corredor exclusivo para a exportação de minério de ferro”, alerta.
Firjan e ANTT: Buscando o Equilíbrio
A proposta ferroviária está sendo analisada pela Firjan, que considera a Estrada de Ferro 118 (EF-118) um projeto crucial para a infraestrutura regional e nacional. Essa questão foi debatida em audiência pública da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), com a Firjan defendendo a inclusão do Porto do Açu nas discussões.
“A EF-118 tem o potencial de conectar o Porto do Açu à malha ferroviária nacional, o que traria benefícios substanciais à região”, afirmou um representante da Firjan. A devolução da antiga malha ferroviária da concessão da Ferrovia Centro Atlântica (FCA) ao Governo Federal também está condicionada à construção dessa estrada de ferro.
O Rio de Janeiro na Discussão
Até o momento, a ANTT priorizou as discussões sobre a renovação da concessão da FCA com outros estados, como Brasília, Minas Gerais, Espírito Santo e Bahia, deixando o Rio de Janeiro de fora. A Firjan está lutando para que o estado tenha voz nesse processo, garantindo que seus interesses sejam considerados.
Próximos Passos: Um Futuro Incerto
Após a conclusão das audiências públicas, que devem acontecer até o final de 2024, a ANTT analisará as contribuições. Em seguida, o Tribunal de Contas da União (TCU) avaliará o processo antes de emitir um parecer final. A previsão é que todo o procedimento seja finalizado até o segundo semestre de 2025.
A decisão sobre o trajeto da ferrovia e sua influência no futuro do Rio de Janeiro ainda está em aberto. É fundamental que o estado tenha uma participação ativa nesse processo, garantindo que o projeto traga benefícios reais e duradouros para a economia fluminense.
Fonte da Notícia: https://diariodorio.com/proposta-de-ferrovia-para-conectar-porto-do-acu-a-itaguai-e-debatida/
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