Eleições 2024: Curitiba se torna palco de disputa acirrada entre direita e esquerda
Segundo turno em Curitiba: Bolsonaro, Malafaia e a disputa pela direita
Jair Bolsonaro declara apoio a Cristina Graeml (PMB), enquanto o PL, formalmente, apoia Eduardo Pimentel (PSD)
A campanha para o segundo turno da eleição municipal em Curitiba tem se tornado um termômetro da disputa política nacional, principalmente pela postura do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que declarou apoio à jornalista estreante nas urnas, Cristina Graeml (PMB). Essa atitude, porém, gerou críticas do pastor Silas Malafaia, um dos principais aliados de Bolsonaro, que considera essa postura um “jogo duplo” que questiona a confiabilidade do ex-presidente em seus apoios.
Cristina Graeml afirma que Bolsonaro insistiu na aliança durante a pré-campanha, mesmo com a coligação com o PSD
Em entrevista ao UOL, Cristina afirmou que Bolsonaro foi quem insistiu na aliança durante a pré-campanha, mesmo com a coligação do PSD com o PL. Ela destacou que o acordo foi local e que o presidente Bolsonaro ficou insatisfeito com sua exclusão da decisão. A jornalista também mencionou que o candidato a vice de Pimentel, Paulo Martins, é ligado ao grupo do governador Ratinho Jr. (PSD), que está em campanha para se tornar presidenciável em 2026 e não é próximo a Bolsonaro.
Senador Flávio Bolsonaro afirma que Cristina Graeml é “mais de direita” que o opositor, intensificando a disputa ideológica
O senador Flávio Bolsonaro, filho do ex-presidente, declarou que Cristina Graeml é “mais de direita” que o opositor, o que intensifica a disputa ideológica na campanha municipal. Essa declaração, dada ao colunista Guilherme Amado do Metrópoles, reforça o posicionamento de direita da jornalista e coloca em evidência o apoio de Bolsonaro à sua candidatura.
Campanha de Cristina Graeml: estratégia de baixo orçamento e forte apelo nas redes sociais
Financiamento limitado e apoio de outros candidatos
Com um partido pequeno e sem coligações, Cristina Graeml tem contado com um orçamento limitado para sua campanha. Ela tem se destacado por não utilizar recursos do fundo partidário e ter um orçamento que representa pouco mais de 4% do seu adversário. A jornalista tem buscado o apoio de outros candidatos, como Pablo Marçal (PRTB), a quem é comparada por sua posição de “direita raiz” e “antissistema”. Não está descartada também a possibilidade de apoio do senador Sergio Moro (União) e sua esposa, Rosângela, candidata a vice-prefeita ao lado de Ney Leprevost (União), quarto colocado na eleição.
Engajamento digital e mobilização de voluntários
Apesar do baixo orçamento, a campanha de Graeml se destaca pelo forte engajamento digital e a mobilização de voluntários. Ela possui 649 mil seguidores no Instagram, gerando milhares de compartilhamentos, enquanto seu oponente, Eduardo Pimentel, tem 70 mil. Esse engajamento online, similar ao observado na campanha de Pablo Marçal em São Paulo, tem se mostrado uma ferramenta eficaz para alcançar o público e gerar apoio.
Eduardo Pimentel: buscando alianças e adaptando sua estratégia para o segundo turno
Alianças e mudança de estratégia
Eduardo Pimentel, por sua vez, tem buscado alianças para fortalecer sua campanha. Ele incorporou o PP à sua coligação, buscando o apoio dos eleitores da candidata do partido, Maria Victoria, filha do ex-ministro Ricardo Barros, que ficou na sexta posição na primeira etapa da disputa. O candidato também tem adaptado sua estratégia para o segundo turno, incluindo cores mais vibrantes em suas redes sociais e direcionando críticas à suposta falta de propostas de Cristina Graeml para as mulheres e temas como bem-estar animal.
Desafios: alcançar eleitores de esquerda e lidar com o engajamento digital de Graeml
Entre os desafios de Pimentel estão a necessidade de alcançar eleitores de esquerda e lidar com o forte engajamento digital de Graeml. Alguns de seus aliados acreditam que os eleitores de direita e extrema direita dificilmente abandonarão Graeml e que parte deles pode migrar seu voto para a jornalista. A volta do antigo Twitter, X, onde Graeml tem 571 mil seguidores, aumenta o temor de um alcance ainda maior para sua campanha.
Pesquisa de segundo turno: termômetro da disputa em Curitiba
A primeira pesquisa de segundo turno, prevista para ser divulgada na segunda-feira (14), será um importante termômetro para avaliar o desempenho de ambos os candidatos. Consultas internas já indicam uma disputa ainda mais acirrada do que no primeiro turno.
Acusações de falsidade ideológica e coação de funcionários
Cristina Graeml acusada de falsidade ideológica
O diretório municipal do Cidadania acusa Cristina Graeml de falsidade ideológica eleitoral por omitir da declaração de bens a participação em uma empresa com capital social de R$ 60 mil, em Cachoeira Paulista (SP). O caso foi encaminhado ao juiz Eleitoral de Garantias.
Eduardo Pimentel acusado de coação de funcionários
A Justiça Eleitoral pediu explicações a Eduardo Pimentel sobre denúncias de coação de funcionários da prefeitura no primeiro turno, em prol de sua campanha. A denúncia, revelada pelo Metrópoles, envolve gravações de servidores comissionados que teriam sido forçados a doar para a campanha por meio da compra de ingressos para um jantar promovido pelo PSD. O superintendente gravado foi demitido, e Pimentel negou qualquer instrução da campanha para a ação.
O segundo turno da eleição em Curitiba se apresenta como uma disputa acirrada, com um cenário político polarizado e uma campanha que reflete as tensões nacionais. A participação dos eleitores será crucial para definir o futuro da capital paranaense e, em um contexto mais amplo, para o cenário político nacional.
Fonte da Notícia: https://noticias.uol.com.br/eleicoes/2024/10/14/com-jogo-duplo-de-bolsonaro-curitiba-vira-termometro-da-direita-para-2026.htm
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