MPPE Afirma Falta de Indícios em Investigação Contra Gusttavo Lima por Lavagem de Dinheiro
Investigação da Operação Integration: MPPE Encaminha Novo Parecer à Justiça
Ausência de Evidências de Crime de Lavagem de Dinheiro
Após análise minuciosa do inquérito que investiga o cantor Gusttavo Lima por suposta lavagem de dinheiro proveniente de jogos ilegais, o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) concluiu que faltam indícios para sustentar a acusação de crime. O parecer, elaborado por cinco promotores do Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco), foi encaminhado à Justiça nesta quinta-feira (10) e remetido à juíza Andréa Calado da Cruz, da 12ª Vara Criminal do Recife.
MPPE Destaca Ausência de Ligação com Jogos Ilegais
O MPPE argumenta que as transações financeiras envolvendo Gusttavo Lima, especificamente a venda e posterior revenda de uma aeronave, não configuram lavagem de dinheiro. O parecer destaca a ausência de evidências que comprovem a ligação entre os valores movimentados e atividades ilícitas, como jogos ilegais. A promotoria ressalta que a data da assinatura eletrônica do distrato da aeronave não coincide com a data digitada, e que a aeronave foi vendida posteriormente, 7 meses depois, à empresa J. M. J. Participações Ltda., de propriedade de José André da Rocha, não indicando ilegalidade.
MPPE Defende Competência da Justiça da Paraíba
O MPPE também argumenta que a 12ª Vara Criminal do Recife não possui competência para julgar o caso, visto que as transações financeiras envolvem apenas a empresa Vai de Bet, sediada na Paraíba. A promotoria defende que o processo seja encaminhado para a Comarca de Campina Grande, no Agreste paraibano. O MPPE já havia recomendado, em 21 de setembro, que a parte do processo referente à Vai de Bet fosse encaminhada para o Judiciário da Paraíba.
Defesa de Gusttavo Lima Reforça Inocência do Cantor
A defesa de Gusttavo Lima, em nota oficial, reiterou a convicção de que o artista e suas empresas não cometeram nenhum crime de lavagem de dinheiro, organização criminosa ou exploração de jogos ilegais. A defesa ressalta que as operações comerciais realizadas com as empresas envolvidas na investigação foram pautadas por contratos e comprovantes bancários, e que o valor apreendido no cofre da Balada Eventos não pode ser atribuído à exploração de jogos ilegais ou qualquer outro crime. A defesa também afirmou já ter enviado à Justiça extratos bancários que comprovam a origem legal dos valores.
Operação Integration: Cronologia dos Acontecimentos
- Em 4 de setembro, a Operação Integration foi deflagrada com o cumprimento de mandados de prisão, incluindo os de Deolane e da mãe dela, Solange Bezerra, além de mandados de busca e apreensão em Pernambuco e nos estados da Paraíba, São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Goiás.
- No mesmo dia, o avião de Gusttavo Lima foi apreendido no aeroporto de Jundiaí, no interior paulista. O cantor estava na Grécia com José André da Rocha Neto e Aislla Sabrina Truta Henriques da Rocha, donos da Vai de Bet, investigados na mesma operação.
- Em 9 de setembro, o Tribunal de Justiça de Pernambuco permitiu que Deolane fosse para prisão domiciliar, com uso de tornozeleira eletrônica.
- Em 10 de setembro, a prisão domiciliar de Deolane foi revogada, e ela voltou a ser presa.
- Em 15 de setembro, Gusttavo Lima foi indiciado por lavagem de dinheiro e organização criminosa.
- Em 23 de setembro, a juíza Andréa Calado da Cruz, da 12ª Vara Criminal do Recife, decretou a prisão preventiva de Gusttavo Lima e do empresário Bóris Maciel Padilha.
- Horas antes da decisão, Gusttavo Lima havia deixado o Brasil em um voo particular com destino a Miami, nos Estados Unidos.
- No mesmo dia, o Tribunal de Justiça de Pernambuco permitiu novamente que Deolane deixasse a prisão. Outros 17 investigados obtiveram habeas corpus.
- Em 24 de setembro, a ordem de prisão preventiva de Gusttavo Lima foi revogada pelo relator do caso, o desembargador Eduardo Guilliod Maranhão, da 4ª Câmara Criminal do TJPE. O desembargador alegou que as justificativas dadas pela juíza para a ordem de prisão constituíam “meras ilações impróprias e considerações genéricas”.
O MPPE, com base nas evidências e argumentações apresentadas no parecer, espera que a Justiça reconheça a falta de indícios de crime e encaminhe o processo para a justiça competente na Paraíba. O desfecho da investigação e a decisão final sobre o caso, no entanto, dependem da análise da juíza responsável pelo caso.
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