Seca Histórica No Rio Paraguai: Nível Do Rio Atinge Baixa Recorde Em 60 Anos

LinkedIn
Facebook
WhatsApp
Telegram
Email

Seca Histórica no Rio Paraguai: Nível do Rio Atinge Baixa Recorde em 60 Anos

Nível do Rio Paraguai Cai a Níveis Sem Precedentes

Mínimo Histórico Supera Marca de 62 cm Abaixo da Cota

O Rio Paraguai atingiu nesta segunda-feira (15/10/2024) o nível mais baixo já registrado em sua história, marcando 66 centímetros abaixo da cota de referência, de acordo com dados da Agência Nacional de Águas (ANA). Esse novo recorde negativo supera a marca de 62 cm abaixo da cota, registrada no último sábado. As medições, iniciadas pela Marinha no posto de Ladário, em Corumbá (MS), na fronteira com Porto Quijarro (Bolívia), indicavam um recorde anterior de 61 cm abaixo da cota de referência em 1964, ano em que as medições tiveram início.

Impacto da Seca no Pantanal e na Navegação

A profundidade média padrão do Rio Paraguai é de 5 metros, segundo o Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul). O instituto já havia alertado na última quarta-feira (9) sobre o menor nível histórico do rio, com base em suas próprias medições. A estação de Ladário é crucial para o monitoramento ambiental e para a Marinha, que utiliza os dados para determinar as condições de navegação e possíveis restrições.

O Rio Paraguai é um dos principais rios da América do Sul, percorrendo territórios no Brasil e em países vizinhos. Nasce na Chapada dos Parecis, no estado de Mato Grosso, Brasil, e percorre cerca de 2.600 km até desaguar no Rio Paraná, na Argentina. O rio atravessa quatro países: Brasil, Bolívia, Paraguai e Argentina. No Brasil, corta os estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, sendo fundamental para o equilíbrio do Pantanal, a maior planície alagável do mundo. A Região Hidrográfica do Paraguai, que abrange 4,3% do território brasileiro, inclui grande parte do Pantanal, tornando o rio essencial para a manutenção da biodiversidade única da região.

Previsões de Seca e Impactos na Economia e Meio Ambiente

Seca Prevista Desde Fevereiro

A seca que levou o Rio Paraguai a atingir níveis historicamente baixos foi prevista por pesquisadores do Serviço Geológico do Brasil (SGB) desde fevereiro. Os especialistas alertaram sobre a possibilidade de uma mínima histórica devido à baixa precipitação durante a estação chuvosa. “Essa seca vem sendo observada em razão das chuvas abaixo do normal desde outubro de 2023. Por isso, temos alertado sobre esse processo que se desenhava na bacia”, afirmou o pesquisador Marcus Suassuna em nota oficial.

Impacto Econômico e Ambiental da Seca

Segundo o Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul), a queda no nível do Rio Paraguai tem impactos sérios na economia e no meio ambiente da região. A seca afeta diretamente o turismo, a pesca e o abastecimento de comunidades ribeirinhas, essenciais para o Pantanal. Especialistas atribuem a redução drástica do nível do rio à variabilidade climática e à escassez de chuvas na bacia hidrográfica, deixando o Pantanal – um dos biomas mais frágeis e importantes do mundo – extremamente vulnerável. As mudanças impactam tanto a biodiversidade quanto as populações que dependem dos recursos naturais da região.

Recuperação Lenta e Riscos à Navegação

Previsões de Recuperação

A recuperação do nível do Rio Paraguai será gradual, de acordo com o Serviço Geológico do Brasil (SGB). Em Ladário (MS), o rio deve permanecer abaixo da cota de referência até a segunda quinzena de novembro. “O ritmo de descida do rio diminuiu, estabilizado pela chegada das primeiras chuvas da estação chuvosa. No entanto, as precipitações previstas não serão fortes o suficiente para elevar os níveis de forma rápida”, afirma Suassuna, especialista do SGB.

Déficit de Chuvas e Riscos à Navegação

Nos últimos anos, as chuvas têm sido insuficientes para repor as reservas hídricas da região. Durante a estação chuvosa de 2023, houve um déficit acumulado de 395 mm, com um total de 702 mm de chuvas, abaixo da média esperada de 1.097 mm. Entre 2020 e 2024, o déficit totalizou cerca de 1.020 mm, equivalente ao acumulado de um ano hidrológico. Na última semana, apenas 3 mm de chuvas foram registrados na Bacia do Rio Paraguai, mantendo os níveis dos rios abaixo do normal, exceto o Rio Cuiabá, que se mantém estável devido ao controle de vazão da Usina Hidrelétrica de Manso. Em Barra do Bugres e Porto Murtinho, o Rio Paraguai atingiu o nível mais baixo da história.

Projeções indicam que as próximas semanas podem trazer chuvas acumuladas de 27 mm, o que ajudaria a iniciar a recuperação dos níveis em Cáceres, Ladário, Forte Coimbra e Porto Murtinho, além de estabilizar outros pontos da bacia. A Marinha alerta para os riscos à navegação no Rio Paraguai, com o surgimento de bancos de areia e rochas devido à seca. Navegantes devem redobrar a atenção, consultar cartas náuticas atualizadas e seguir os boletins diários sobre as condições do rio. A navegação é essencial para o transporte de cargas agrícolas e minerais, mas as condições atuais exigem precauções para evitar acidentes.

A seca extrema no Rio Paraguai destaca a importância de ações de conservação ambiental e de gestão dos recursos hídricos para garantir a saúde do Pantanal e de seus habitantes. É fundamental que as autoridades e a sociedade se unam para enfrentar os desafios da mudança climática e proteger esse ecossistema único e vital.

Fonte da Notícia: https://oglobo.globo.com/brasil/noticia/2024/10/15/seca-extrema-nivel-do-rio-paraguai-registra-o-menor-volume-dos-ultimos-60-anos.ghtml

Veja Nossas Postagens: https://ebettr.com.br/postagens/

Picture of Jonathas Oliveira
Jonathas Oliveira
Postagens Relacionadas
{{ reviewsTotal }}{{ options.labels.singularReviewCountLabel }}
{{ reviewsTotal }}{{ options.labels.pluralReviewCountLabel }}
{{ options.labels.newReviewButton }}
{{ userData.canReview.message }}

Postagens Relacionados

Produtos Relacionados

Please select listing to show.