TikTok: Executivos Sabiam dos Riscos do App para Crianças e Adolescentes
ByteDance, dona do TikTok, é acusada de priorizar engajamento de crianças, ignorando perigos de exploração e vício
Documentos Revelam Intenções da ByteDance
Documentos revelados em um processo judicial contra a ByteDance, empresa proprietária do TikTok, apontam que a plataforma buscou ativamente o uso do aplicativo por crianças e adolescentes, mesmo ciente dos riscos que elas corriam. Esses documentos foram descobertos pela Kentucky Public Radio e incluem estudos internos e comunicações entre executivos da empresa. As informações reveladas sugerem que a ByteDance priorizou o engajamento de crianças e adolescentes, mesmo com evidências dos perigos de exploração sexual e vício, além de outros problemas relacionados ao uso excessivo da plataforma.
Engajamento de Menores: Um Risco Consciente?
A investigação, aberta pelo procurador-geral do Kentucky, faz parte de uma investigação multiestadual sobre o TikTok. Um relatório da Forbes em 2022 já havia alertado para a presença de conteúdo prejudicial na plataforma, incluindo conteúdo que incitava comportamentos perigosos. A própria ByteDance realizou uma investigação interna que revelou uma quantidade significativa de adultos se comunicando com menores em transmissões ao vivo, com interações que incluíam pedidos de striptease. Essa informação levanta sérias questões sobre a responsabilidade da ByteDance em relação à segurança dos usuários mais jovens.
Vício e Impacto na Saúde Mental
Os documentos também revelam que os executivos do TikTok eram conscientes do caráter viciante do aplicativo, que pode levar a problemas de saúde mental e impactar negativamente a vida social e o sono dos usuários. Apesar dessa consciência, as medidas internas para ajudar os usuários a controlar o tempo de uso do aplicativo foram vistas mais como uma forma de melhorar a imagem pública do que como uma solução real. A investigação expõe uma possível priorização da lucratividade em detrimento da saúde e bem-estar dos usuários mais jovens.
Algoritmo e Discriminação
O TikTok utiliza inteligência artificial para moderar conteúdo sensível, mas também foi criticado por rebaixar usuários considerados “pouco atraentes” e ajustar o algoritmo para favorecer aqueles considerados “bonitos”. Essa prática levanta preocupações sobre a forma como a plataforma lida com a diversidade e a inclusão, além de sugerir uma possível discriminação algorítmica.
Preocupação com o Impacto em Crianças
Um executivo da ByteDance expressou preocupação de que a natureza viciante do aplicativo poderia privar crianças de atividades essenciais como dormir e interagir socialmente. Essa preocupação demonstra que a empresa tinha conhecimento do potencial impacto negativo do TikTok em crianças, mas aparentemente não tomou medidas suficientes para mitigar esses riscos.
Pressão e Investigações
Os documentos, que agora estão lacrados, surgiram em meio a uma investigação de dois anos realizada por 14 procuradores-gerais, resultando em ações legais contra a empresa. A ByteDance também enfrenta pressão para desvincular a rede social de sua propriedade chinesa devido a preocupações de segurança nacional. Em resposta a uma possível proibição nos EUA, o TikTok argumentou que a restrição proposta não seria equitativa em relação à liberdade de expressão e se basearia em especulações infundadas.
Conclusão
As informações reveladas pelos documentos levantam sérias preocupações sobre as práticas da ByteDance em relação à segurança e ao bem-estar dos usuários mais jovens. É fundamental que a empresa tome medidas eficazes para proteger crianças e adolescentes dos riscos de exploração sexual, vício e outros impactos negativos do uso excessivo do TikTok. É importante que pais, educadores e autoridades estejam atentos aos riscos da plataforma e promovam o uso responsável e seguro das redes sociais, especialmente entre crianças e adolescentes.
O Olhar Digital entrou em contato com o TikTok para obter um posicionamento sobre as informações divulgadas e atualizaremos esta reportagem assim que a empresa responder.
Fonte da Notícia: https://olhardigital.com.br/2024/10/11/internet-e-redes-sociais/executivos-do-tiktok-sabiam-de-efeito-nocivo-do-app-segundo-documentos/
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